Campo escola Behne - RS

Discussão em 'RS - Rio Grande do Sul' iniciado por Rocha, 8/3/17.

  1. Rocha

    Rocha Moderator Moderador

    HISTÓRIA
    O Campo-escola Behne foi "descoberto" em abril de 1995 quando um grupo de escaladores locais (Naoki Arima, Daiti Hamanaka, Leandro Feiten...) resolveu fazer mais um rolé pela região conhecida como o Buraco do Diabo (Ivoti). Este mesmo grupo já vinha desbravando as encostas íngremes deste vale a procura de pedra para escalada e rapel já há algum tempo. No entanto, havia uma área que nunca havia sido explorada por estar em frente a casa do proprietário de toda a região, o Sr. Behne. Como nós tínhamos receio do Sr. Behne, por sempre entrar nas terras dele sem permissão, nunca nos atrevemos a passar em frente a casa dele. Até porque na casa do Sr. Behne sempre tinha uns cães bravos.

    Neste dia, o grupo foi para uma cachoeira que fica logo adiante a propriedade do Sr. Behne para fazer um rapel. E na volta, o grupo resolveu retornar costeando a pedra. E para a nossa surpresa acabamos chegando onde fica atualmente o Setor 3. Logo de cara sabíamos que tínhamos encontrando o pote de ouro, pois vimos o potencial do local.

    A primeira via que abrimos no local foi a Contra-proposta (pelo menos parte dela) em top rope. Depois abrimos a Negativa Dupla (6o), Pig (6o), Mouse (6o), Biton (6o) e assim por adiante.

    Nos primeiros anos, nós não tínhamos grampos, então todas as vias foram abertas em top rope, sempre usando ancoragens naturais. Então era comum o nosso dia de escalada começar com uma caminhadinha até o topo das vias para montar todos os tops. Assim a pedra ficava "equipada" com diversos top ropes à disposição.

    Uma das contribuições mais importantes para o desenvolvimento do Behne foi a visita dos escaladores Cristian Maciel e do Nativo que abriram as vias Escraquinha (7c - na época) e Ilusão Fatal (7b) igualmente em top rope. Essas vias foram durante muito tempo a menina dos olhos da galera local por se tratarem de vias bem duras.

    O uso das proteções fixas começou somente quando conhecemos o escalador Jonas Schilling em meados de 1996. Nesse mesmo ano foi organizado por nós, um curso de escalada para os Desbravadores. E para preparar o local abrimos algumas vias fáceis para servir de via-escola (Day light primeira parte, Epilepsia primeira parte e Monoton primeira parte), e foi nessa ocasião que começamos a bater os primeiros grampos. A partir dai, o uso de grampos e chapeletas se tornou comum, e aos poucos, fomos equipando as vias já abertas.

    Em 2002, o Campo-escola recebeu a primeira grande manutenção com a troca de todos os grampos por chapeletas num grande mutirão organizado pela AGM - Associação Gaúcha de Montanhismo. Vale registrar que esse foi um trabalho inédito e pioneiro no estado (e até no Brasil).

    E 10 anos depois, em 2012, foi realizado outro mutirão de manutenção das vias do Behne, onde as antigas chapeletas foram substituídas por chapeletas de inox fixadas com cola.

    Atualmente o CE Behne é a principal porta de entrada para quem está começando no esporte. E também pelo fato de se encontrar a apenas 1h da capital, o local é bastante frequentado nos finais de semana.

    Comparando com o que já foi o Behne há 20 anos, dá para ver que muita coisa mudou nesses anos. O fato que mais chama a atenção, e preocupa, é o grande fluxo de escaladores na pedra e seus impactos negativos. Atualmente as trilhas estão bem mais abertas e as bases das vias muito mais desmatadas; e em diversas vias, a rocha encontra-se bem erodida pelo uso excessivo (por exemplo a Mouse).

    Esperamos que a nova geração e os frequentadores saibam conviver em harmonia com a natureza e saibam usufruir do meio tentando minimizar ao máximo os impactos para que tenhamos uma vida longa para o nosso querido Behne.

    Fonte: http://naokiarima.com.br/croquiteca/rs/behne-rs/

    COMO CHEGAR
    De automóvel: Da capital gaúcha, Porto Alegre (POA), são aproximadamente 1h 20min. de carro pela BR-116 em direção à serra. Saindo de POA tome a BR-116 em direção à serra gaúcha passando por Novo Hamburgo, Ivoti e na altura do km 226 pegue o trevo de acesso à Colônia Japonesa. A partir daí basta seguir as placas que levam ao Camping do Behne (3,5km).

    Uma vez no camping, a trilha de acesso às vias começa junto a uma placa informativa perto da entrada do camping. Subindo por esta trilha, o primeiro setor que aparecer à direita é o Setor 1, os outros setores estão à esquerda seguindo a trilha mais uns 20m (Setores 2 e 3 respectivamente)

    De ônibus: Na rodoviária de Porto Alegre saem regularmente ônibus que levam até a entrada da Colônia Japonesa. Para isso compre uma passagem para a cidade de Dois Irmãos e peça ao cobrador que deseja desembarcar na entrada principal da Colônia Japonesa. A partir daí e preciso caminhar mais 3,5km seguindo as placas que levam ao camping do Behne É preciso se informar com antecedência os horários de retorno, pois o último ônibus para POA passa cedo.

    105-0587_IMG.jpg 2016.08.09_Behne.png behne-0219-1.jpg DSC_0608.jpg DSC00517.jpg DSC06361.jpg DSC6419.jpg DSC6948.jpg DSC08744.jpg DSC08746.jpg
     
    Última edição: 6/5/17

Compartilhe esta Página