Qual foi a sua pior queda ou seu maior vacilo?

Discussão em 'Discussões Gerais' iniciado por Roman, 26/3/17.

  1. Roman

    Roman Member

    Relate a sua pior merda na escalada, seu maior aprendizado, como resolveu a situação e qual foi seu maior voo. ;)
     
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  2. Paulo Avila

    Paulo Avila Member

    A pior queda que eu vi não foi minha, mas de meu parceiro lá no dib, Ele estava contornando um teto a uns 30m e se esticou para costurar quando escorregou e caiu. Como eu tinha dado corda para ele costurar ele caiu uns 7m e pior, como a corda estava entre suas pernas e ele caiu pendulando e girando. A sorte é que eu estava usando o grigri. Mesmo assim queimei minha mão tentando segurar a corda. Se estivesse usando ATC acho que não teria conseguido segurar a queda. Depois disso, ATC pra mim só para rapelar.
     
    Última edição: 27/3/17
  3. Roman

    Roman Member

    Senta que lá vem história :D:D:D

    Rio de Janeiro, Pedra da Gávea, via Travessia dos olhos

    Depois de muita saliva, convenci uma colega (Possível namoradinha) de escalada a bivacar no olho da pedra, a ideia era boa, afinal tínhamos muita afinidade, a paisagem é maravilhosa e o projeto mais tentador ainda, hahahahahahah, separei uma garrafa de vinho, uns quitutes hahahhahaha, fogareiro, sacos de dormir, etc., e já imaginava uma noite romântica na Pedra.

    Na época eu era jovem na escalada e não levava muito a sério os procedimentos e equipamentos necessários, bom, estava começando e é ai que as merdas acontecem.

    Como a ideia era bivacar, combinamos de escalar a noite, e assim a o gostinho da aventura seria maior, afinal a graduação é baixa III grau.

    Equipados, headlamps funcionando, bora escalar, guiei a primeira enfiada sem problemas, mas o peso da mochila já incomodava, guiei também a segunda enfiada e a mochila pesada fazia que eu tivesse que fazer um esforço maior para me segurar na rocha. Não sei exatamente depois de quantas costuras antes de chegar na próxima parada, de repente cai, quando vi estava pendurado na corda no negativo, kralho na queda a mochila pesada quase que me arranca da corda, fiquei de cabeça para baixo, mas no susto peguei na corda e me endireitei, sorte que a cadeirinha estava bem presa.:eek:

    Depois de parar de girar, consegui estabelecer uma comunicação e acalmar os ânimos pois minha parceira que estava em pânico, e eu estava na merda e precisava sair de lá rapidamente. Tentei batimar na corda e com esse peso extra era impossível e não consegui subir 30cm, concluímos que eu precisava me desfazer da mochila, dando a deus a mochila e nossa noite romântica, a mochilha em poucos segundos desapareceu no vazio negro, de longe consegui ouvir que chegou no solo, com o alivio do peso, tentei batimar mas meus braços bombaram rapidamente e cai de novo.

    Que desespero, estava sem cordelete e não me saia da mente a história de uma escaladora que faleceu na mesma situação e local. Foi aí que lembrei de um amigo que prussikou usando os cardaços da sapatilha, fiz o procedimento com muita atenção para não perder os cardaços e nem a sapatilha, fechei com pescador duplo, um procedimento que pareceu ser uma eternidade, bom, subindo na corda, cheguei na pedra, já dava para escalar de volta, coloquei os cardaços na sapatilha e apartir daí tudo foi um alivio para ambos, desescalamos, localizamos a mochilha estava suja mas intacta mas a garrafa de vinho estourou e fez uma bagunça.

    Já estávamos rindo da situação e marcamos de tentar um novo bivaque mas em outro local... bom nunca mais a vi kkkkkkkkk :D:D:D:D
     
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  4. André

    André New Member

    O acidente ocorreu no morro do Cuscuzerio logo no meu primeiro ano de escalada. No dia chegamos na base da parede e não conseguimos identificar as vias rápidamente, eu ancioso decidi entrar em uma via que achei bonita mesmo sem saber a graduação. Em certo ponto da via sofri a queda com a corda descendo pelo meio das minhas pernas, a corda se enrolou na perna esquerda e me deu uma rasteira.
    Cai uns 5 metros e fiquei preso de ponta cabeça, foi terrível!! a corda freiou na perna, não esticando até o freio. Foi necessário muita massagem para o sangue voltar a circular, tive muita sorte.

    A lição que ficou: "NUNCA DEIXE A CORDA NO MEIO DA PERNA QUANDO ESTIVER GUIANDO", sobre escalar vias sem saber a graduação é um risco consciente que se assume.
     
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  5. William Moya

    William Moya Active Member

    Vou contar um relato de uma queda que não foi minha e sim de um amigo muito experiente com 27 anos de Climb.

    Na última enfiada da via CERJ no Capacete em Salinas, onde ninguém acha as chapas, esse meu amigo também não encontrou rsrs, e depois de esticar uns 15 ou 20 metros, após muito procurar e não encontrar decidiu fazer uma ancoragem em uma grande pedra de 60cm a 80cm pegou uma fita e laçou a pedra, testou bastante com vários puxões e se conectou ao sistema de ancoragem com a solteira e foi aí que a merda aconteceu.... A pedra se soltou da montanha e ambos conectados desceram quicando, e sem controle nenhum da situação onde cada pancada era um flash de repente a pedra se solta da fita e depois de mais alguns metros e mais algumas pancadas e um tranco na corda e ele para.

    Segundo ele, se a pedra não tivesse escapado da fita Game Over, ele não sabe como conseguiu descer mas disse que ficou todo torto e quebrado.

    Não sei dizer qual é o grande aprendizado dessa história, talvez fosse melhor ter esticado toda a corda até achar a parada, mas sei que fazer uma ancoragem natural é um procedimento de quem escala tradicional, e penso que talvez foi falta de sorte ou uma má escolha da pedra.
     
    Editado por um moderador: 13/3/18
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  6. Paulo Avila

    Paulo Avila Member

    lance em diagonal na Nina Van Premen - Pantano - Andradas. Queda com a corda no meio das pernas. Cai pouco: uns 3m. Cai de ponta cabeça e bati a cabeça e o cotovelo esquerdo com tudo. Se não estivesse de capacete acho que minha cabeça teria se rachado que nem um coco que leva uma machadada.
     
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  7. Alex

    Alex Member

    Pedreira do Garcia
    1º Linha vermelha 7a antigamente a primeira costura estava uns 6 mt do chão cai costurando a primeira cai no chão rompi os ligamentoso dos tornozelos e fraturei um pé..
    2º mesma via.. tava no veneno pulei penúltima costura fui pra parada cai costurando puxando corda com a mesma atrás da perna.. 15mt parei na primeira chapa bati a costa na parede fiquei desacordado... arrebentei ombro e costela... essa via e linda. a queda foi incrível....
     
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  8. William Moya

    William Moya Active Member

    Alex, foi sinistro heimmmm:eek:
     
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  9. William Moya

    William Moya Active Member

  10. Alex

    Alex Member

    Via lazarenta.. linda mas fdp essa via...
     
  11. Johano Enhiko

    Johano Enhiko Member

    História macabra. Kkkkkkk cara, eu tenho um cagaço monstruoso da via passagem dos olhos na PG, a ponto de chegar na base e voltar por medo. Aquela via praticamente TB em lateral me dá pânico, imagine à noite!!!!!! Kkkkkkkkk
     
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  12. Andrebaptista

    Andrebaptista Moderator Moderador

    1985. Teto do Baú. Usava uma corda de 45 m e 8 mm, estribos caseiros e poucas fitas. Não tinha costuras prontas, como se usa hoje. Aquele foi o dia mais frio daquele ano, a temperatura ficou em 1° C o dia todo, mesmo com céu azul. A progressão era muito lenta. Quando cheguei no dente, na ponta do teto, gritei para meu parceiro vir. "Não vou, está tarde e muito frio. Pode seguir ao cume". A partir daquele ponto eu perderia contato visual e sonoro, mas tomado pela "febre do cume", prossegui. Para economizar equipamento, costurei alguns grampos direto no mosquetão. Cheguei ao fim do negativo, me agarrei à pedra e continuei em livre. São poucos metros verticais, e logo minhas duas mãos encontraram um platô confortável. Dei um impulso e me apoiei nos dois braços. Empurrei para abaixo e levantei meu corpo até a cintura chegar no nível do platô, e aí a corda travou. Aquela posição não tinha volta. Fiquei me segurando inutilmente, adiando o inevitável. Caí uns quatro metros. Fiquei pendurado no vazio. Não conseguia ver nem ouvir meu parceiro. Estava muito cansado, então relaxei. Olhei para o Bauzinho e vi um grupo grande no cume. "Devem estar se divertindo" pensei. Depois de uns cinco ou dez minutos voltei á ação. Mãos duras, quase congeladas. Consegui usar um prussik. Voltei à pedra. Mais cinco minutos, estava sentado no platô. Com a queda, a corda havia folgado apenas o suficiente para sentar no platô. Dali não passava. Olhei para a rampa até o cume. A última coisa que queria era me soltar da corda ali, mas estava ficando tarde e sem boas opções. Abstrai-me, concentrei na rampa e soltei a corda. Quando cheguei no cume encontrei três caras chapados. "Pô, você é um herói", um deles falou, e me abraçou efusivamente. E eu dez vezes mais chapado de adrenalina. Depois dessa inusitada confraternização, desci até a base do teto e encontrei o Sérgio, meu parceiro. Abandonamos o equipamento todo e preso no teto, e descemos pela escadinha sul. A noite, um problema me atormentou. Voltar no dia seguinte para resgatar o equipamento, ou avisar o ocorrido no Clube Alpino Paulista? Quando o sol nasceu a coragem voltou. Peguei emprestado uma corda comum, de uns dez metros no máximo, e fiz um rapell na ponta do Baú. Encontrei minha corda, me atei novamente e "desfiz" o teto... Mais um dia inteiro nessa brincadeira. A quantidade de erros cometidos daria uma enciclopédia de montanhismo!
     
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  13. João Luiz

    João Luiz Member

    Adrenei só de ler:eek: experiência loka! A queda, sabendo que vai cair e ficar uns 300 metros do chão no negativo deve ter sido do terrível.
     
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  14. Andrebaptista

    Andrebaptista Moderator Moderador

    Sim, foi a pior parte. Não confiava muito na corda, gasta, e mais fina do que o recomendado. Mas não deu tempo de passar "o filme da vida"... Logo eu estava pendurado no vazio... Fiquei ali "descansando", olhando o céu e a paisagem... Depois concentrei no que devia fazer e esqueci todo o resto.
     

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