Pode isso Robert? II

Discussão em 'Discussões Gerais' iniciado por William Moya, 14/10/18.

  1. William Moya

    William Moya Active Member

    Pode isso Robert?

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  2. Robert Wullstein

    Robert Wullstein Moderator Moderador

    Olá William.

    O uso de diferentes proteções na mesma via era antigamente comum. Quando acabaram as chapeletas usava-se grampos e vice versa. Na chapeleta esta pendurado um cordelete de abandono fechado com dois nós de pescador simples. Pode usar-los ? Pode ! O que chama atenção nesta proteção é que ela não encosta na parede o que cria uma alavanca. A abertura do furo permite a penetração de resíduos orgânicos que, junto com a água de chuva, pode acelerar a erosão do granito. O grampo a direita esta +/- dois dedos afastado da rocha. O conquistador não mediu a profundidade do furo antes de bater o grampo. O olhal largo aumenta ainda mais a alavanca. Alias, o olhal foi muito mal soldado. Eu não gostaria de sofrer uma queda numa parada assim. Pela foto deve ser pelo menos a 4ª ou 5ª parada da via. O que fazer chegando numa parada assim ? Em primeiro lugar verificar se as proteções estão firme ! Se estiverem, monte uma equalização segura: Passe uma fita no grampo, próximo a rocha, usando um nó boca de lobo (como mostra a foto). Faça a mesma coisa no outro lado passando dois cordelete com mesmo comprimento atras da chapeleta e junte fita e cordelete com um mosquetão com trava. Quando estiver seguro, analise a situação que ti espera mais pra cima. Se depois da parada vem duas proteções, em estado melhor e você esta confiante de alcançar-las sem cair, talvez vale a pena continuar a escalada. Se a continuação parece inseguro abandone a via ! Monte um rapel passando um cordelete igual a fita no grampo e atras da chapeleta.

    Onde você encontrou essa parada ?

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  3. Robert Wullstein

    Robert Wullstein Moderator Moderador

    Ontem um amigo comentou comigo “Por que você indicou montar uma equalização com cordelete e fita ?” Realmente, eu devia ter explicado melhor esse detalhe. Eu apenas quis apontar uma alternativa, caso não dê para colocar um mosquetão atrás da chapeleta pois, eu evitaria usar o olhal para reduzir a alavanca, ou quando estiver com pouco equipamento. Escalando vias de varias cordadas, como aquela da parada em questão, você costuma revesar a ponta da corda. Alternando cada duas enfiadas, quando possível. Quando as enfiadas são exaustivas ou não tiver equipamento suficiente, troca-se a ponta a cada enfiada. Na troca você passa os equipamentos para quem vai guiar. As vezes você esquece levar algumas tralhas e ai precisa improvisar. Uma vez, depois de descansar um pouco na parada, jogando conversa fora, esqueci pegar as costuras que meu parceiro recolheu. Ele também não notou naquele momento. Após costurar no segundo grampo, meu parceiro me chama, “ei você esqueceu levar as costuras”. Olhei na minha cadeirinha e só havia ainda uma costura e três mosquetões (a enfiada era +/- um 4° sup.). Contei quantas proteções faltavam pra chegar na próxima parada e resumi que daria pra chegar na parada costurando apenas cada segundo grampo, costurando num dos grampos com cordelete, sobrando ainda o mosquetão do meu ATC para montar uma equalização.
     
    Última edição: 6/11/22
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  4. Flavio

    Flavio New Member

    algumas coisas que não reparou...
    O grampo, bem deteriorado, esta calçado no furo por um pedaço de talher(eu ja improvisei bastante, mas essa realmente é nova).
    A chapeleta, eu ainda estou tentando desvendar qual é a bucha que está sendo utilizada...
     
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  5. Robert Wullstein

    Robert Wullstein Moderator Moderador

    Olá Flavio. Eu havia notado que o calçado não era uma lingueta de zinco. Porem não havia identificado como talher. Ampliando bastante as fotos das proteções (nem sei se a gente deve chamar aquilo de proteção), o “Calçado“ do grampo tem – pasme - o mesmo desenho de talheres que eu já usei na casa da minha cunhada. Fala serio ! :eek:

    Em relação ao chumbador, desconheço o modelo. Mas, suspeito que não seja para granito. O que pode ser a razão por que ele se deslocou. Ou, como no grampo, o conquistador não mediu a profundidade do furo.

    Apesar desta parada não ser nada confiável, proteções assim são felizmente uma exceção. Na Europa, onde o Montanhismo esta sendo praticado há mais tempo e, onde existem vias bem mais antigas do que no Brasil, é comum encontrar proteções em estado pior ainda. E isto, embora as associações de montanhismo tem trabalhado há décadas na reforma das vias mais frequentadas. Em baixo uma foto de um piton caseiro, extraído de uma via da década de 50, nos Alpes Bávaros, feito de alguma peça industrial com anel de arame. Não seria nada agradável costurar num piton assim !

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  6. Flavio

    Flavio New Member

    A bucha me parece bucha para drywall. ou gesso.
     
  7. Robert Wullstein

    Robert Wullstein Moderator Moderador

    Não creio que seja. Bucha de Drywall costuma ser de nylon.
     

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